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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Você acha que sabe o que é vida?

A definição de “vida” ainda é incerta no mundo da ciência. Embora à primeira vista, pareça simples a distinção do que é vivo e do que é não-vivo, recentemente a natureza tem fornecido a pesquisadores muitos exemplos que desafiam as fronteiras do orgânico.
As características biológicas clássicas que foram aceitas por muitos anos na categorização de algo como “vivo” são, basicamente, crescimento e desenvolvimento, respostas aos estímulos ambientais, reprodução sem ajuda externa, e consumo de energia. Apesar de estes parâmetros ilustrarem a vida como conhecemos, eles também são fenômenos físicos compartilhados por objetos que são comumente chamados de “inanimados”.
Um dos exemplos mais viáveis para este paradoxo são os cristais, que crescem, se reproduzem, consomem energia, e respondem ao ambiente. No entanto, as fronteiras da ciência não reconhecem os cristais como providos de vida. Por outro lado, todos reconhecem que um animal estéril, fisiologicamente incapaz de reprodução, está vivo. E, tecnicamente, é aceito que o fogo precisa de combustível (energia) e pode facilmente se espalhar ou se reproduzir.
“Todo processo químico espontâneo deve gastar energia livremente, vivo ou não”, disse Steven Benner, um astrobiólogo da Universidade da Flórida, que também teoriza sobre o tema da vida num artigo intitulado “Definindo a Vida”, publicado na Revista de Astrobiologia.
Para a ciência, tentar entender o que constitui a vida não é meramente uma questão filosófica, pois a busca por ela em outros planetas (ou nos lugares mais remotos da Terra) está intimamente ligada a este fato.
Mas há aparentemente uma forma válida para identificar a vida que não depende de expressões ou padrões intricados, um fator comum compartilhado por todos os seres que parecem possuir a misteriosa energia chamada “vida”: o DNA. Muitos acreditam ter encontrado a resposta para a pergunta de um bilhão de dólares nesta maravilhosa e complexa molécula.
Na verdade, segundo o artigo da Revista de Astrobiologia, o Dr. Benton Clark, da Universidade do Colorado, e a companhia de tecnologia Lockheed Martin disseram que há cerca de 102 caraterísticas que podem ser observadas nas coisas vivas. Clark criou uma definição de vida com três das características: “Vida reproduz e usa energia. Estas funções seguem um conjunto de instruções imbuídas no organismo.” Este conjunto de instruções são o DNA e o RNA, que se encontram na vasta maioria de nossas células.
No entanto, de acordo com Clark, este critério é muito específico. Limitando-nos ao DNA e ao RNA como um requisito para o reconhecimento de uma única forma de vida no universo, a vida ligada ao carbono. É possível que possam existir vidas baseadas em materiais inorgânicos (isto é, não associadas ao carbono). Alguns cientistas teorizam que a vida poderia ser baseada no silício, um elemento da tabela periódica perto do carbono.
Outra teoria, baseada na Segunda Lei da Termodinâmica de que o universo sempre aumenta sua entropia, ou desordem, afirma que sistemas vivos são regiões localizadas onde há um contínuo aumento na ordem sem intervenção externa. Talvez esta seja a maneira mais segura no momento para definir o que é a vida. Mas por se ter um conhecimento tão limitado do universo, talvez nós devêssemos mudar nossos conceitos de uma forma radical.

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Luiz Carlos Molion - queverdadeeessa.com


quinta-feira, 11 de julho de 2013

O segredo da longevidade da lótus

Recentemente, uma equipe de 70 cientistas sequenciaram o genoma do lótus, que deve ajudar os cientistas a entender como a planta é capaz de sobreviver ao longo de milhares de anos. A lótus sagrado tem sido símbolo de imortalidade e ressurreição, inspirando as pessoas de fé ao longo dos tempos (Syl Lebar)Uma equipe de 70 cientistas revelou recentemente o antigo “segredo” da planta de lótus que lhe permite sobreviver em condições extremas por centenas de anos.
Pesquisadores dos Estados Unidos, China, Austrália e Japão  sequenciaram o genoma da lótus sagrada (Nelumbo nucifera), que acredita-se conter os segredos do envelhecimento.
“O genoma da lótus é antigo, e agora sabemos seu abecedário”, disse Jane Shen-Miller, cientista sênior da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), em comunicado de imprensa. “Os biólogos moleculares podem agora estudar mais facilmente a forma como seus genes são ligados e desligados durante períodos de estresse, e porque as sementes desta planta podem viver por 1300 anos. Este é um passo para conhecer o segredo anti - envelhecimento da planta lótus sagrada”.
A lótus, reverenciada como um símbolo de pureza espiritual e longevidade, pode sobreviver em condições climáticas adversas, enquanto que suas sementes podem permanecer viáveis ​​por mil anos. Depois de séculos de envelhecimento, as proteínas em sementes de lótus permanecem capazes de promover a germinação das sementes, mesmo sob um “céu sombrio”.
“Para a sobrevivência a longo prazo, as sementes de Nelumbo são capazes de ativar genes que produzem proteínas para reparar e manter ambientes estressantes. Estes regulamentos genéticos são recursos únicos e valiosos a serem explorados nessa planta”, disse Shen-Miller ao Epoch Times.
Shen-Miller disse que uma alta porcentagem de proteínas da semente da lótus permanece fluida mesmo à temperatura de ebulição. As proteínas solúveis em calor identificados em Nelumbo são vitais para combater o estress.
No início de 1990, Shen-Miller liderou uma equipe de pesquisadores da UCLA, no nordeste da China, que recuperou do leito de um lago uma semente de lótus de quase 1300 anos de idade que estava viável. A descoberta foi notável pelo fato de que muitas outras sementes de plantas permanecem viáveis ​​por apenas 20 anos ou menos. “É uma das mais antigas sementes viáveis, diretamente radiocarbono-datada, e a mais estudada”, disse ela.
Mais tarde, em 1996, ela visitou novamente a China. Sua equipe coletou sementes de lótus de cerca de 450 e 500 anos, com a ajuda de fazendeiros locais na província de Liaoning. Mais de 80% das sementes eram capazes de germinar, o que indica que a planta deve ter um sistema genético poderoso capaz de reparar defeitos resultantes da germinação mesmo com centenas de anos de envelhecimento.
O genoma incomum da lótus também dá outras habilidades de sobrevivência: “Suas folhas repelem a sujeira e água, suas flores geram calor para atrair polinizadores e o revestimento do fruto da lótus é uma cobertura com antibióticos e feita de cera que assegura a viabilidade da semente que ele contém”, de acordo o comunicado de imprensa.
As pessoas muitas vezes confundem lírios com a lótus, mas Shen-Miller disse: “A Nelumbo não é um lírio de água ou lírio-do-Nilo egípcio azul sagrado. Nelumbo é uma planta que se eleva acima da água ‘subindo pela terra enlameada, não contaminada’, suas grandes pétalas vistosas radiantes, suas gigantes folhas formato de pizza imaculadas e verdejantes”.
Entender o mecanismo de reparo da lótus totalmente proveria uma percepção mais profunda de como a planta é capaz de um envelhecimento saudável. O genoma recém sequenciado abriu uma nova avenida de investigação em todos os domínios da biologia. “Mais pesquisas em todas as direções é apenas o começo”, disse Shen-Miller.
A pesquisa foi publicada na revista Genome Biology, em maio deste ano.
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