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segunda-feira, 29 de março de 2010

A Terra já foi uma bola de gelo?

Um grupo internacional de geólogos afirma ter encontrado evidências de que os oceanos congelaram-se totalmente até o Equador há 716,5 milhões de anos, dando nova precisão a uma hipótese longamente discutida de que a Terra, nessa época, pode ter-se transformado em uma enorme bola de gelo.
As novas descobertas, baseadas em uma análise de antigas rochas tropicais que são encontradas no noroeste do Canadá, reforçam a teoria de que nosso planeta já foi inteiramente coberto de gelo em todas as latitudes, durante alguns períodos de forte resfriamento no passado.
Glaciações
"Esta é a primeira vez que se demonstrou que a glaciação Sturtiana ocorreu em latitudes tropicais, fornecendo evidências diretas de que essa glaciação particular foi um evento no qual a Terra era uma bola de neve," afirma Francis Macdonald, da Universidade de Harvard.
Os novos dados sugerem ainda que a glaciação Sturtiana durou pelo menos cinco milhões de anos. Juntamente com a glaciação Marinoana, estas foram as maiores eras do gelo que se sabe terem ocorrido sobre a Terra.
Agora os cientistas argumentam que elas foram tão intensas quanto se suspeitava, transformando a Terra em um planeta de gelo.
Evolução e a origem dos animais
Mesmo em uma Terra que mais se parecia com uma bola de neve, contudo, haveria gradientes de temperatura, e é provável que o gelo do mar fosse dinâmico, fluindo, desbastando-se e formando manchas locais de mar aberto, proporcionando refúgio para a vida.
"O registro fóssil sugere que todos os grandes grupos eucarióticos, com a possível exceção de animais, existia antes da glaciação Sturtiana", afirma Macdonald.
"As perguntas que surgem são: Se existiu mesmo uma Terra congelada, como é que estes eucariontes sobreviveram? Será que a 'Terra bola de neve' Sturtiana estimulou a evolução e a origem dos animais?"
"De uma perspectiva evolucionária", acrescenta ele, "nem sempre é uma coisa ruim para a vida na Terra enfrentar um forte estresse," acrescenta ele.
Rochas tropicais
As rochas que Macdonald e seus colegas analisaram no território canadense do Yukon mostram depósitos glaciais e outros sinais de glaciação, como clastos estriados, detritos gerados pelo atrito do gelo e deformação de sedimentos moles.
Os cientistas foram capazes de determinar, com base no magnetismo e na composição dessas rochas, que 716,5 milhões de anos atrás as pedras estavam localizadas ao nível do mar nos trópicos, numa latitude de cerca de 10 graus.
Glaciação vulcânica
Os cientistas não sabem exatamente o que causou essa glaciação e nem o que acabou com ela, mas Macdonald afirma que sua idade de 716,5 milhões de anos se aproxima da idade de uma grande província ígnea - composta por rochas formadas pelo magma que esfriou - que estende por mais de 1.500 km do Alasca até a Ilha Ellesmere, no extremo nordeste do Canadá.
Esta coincidência pode significar também que a glaciação foi iniciada ou seja encerrada por atividade vulcânica.

Bibliografia:
Calibrating the Cryogenian
Francis A. Macdonald, Mark D. Schmitz, James L. Crowley, Charles F. Roots, David S. Jones, Adam C. Maloof, Justin V. Strauss, Phoebe A. Cohen, David T. Johnston, Daniel P. Schrag
Science
5 March 2010
Vol.: 327. no. 5970, pp. 1241 - 1243
DOI: 10.1126/science.1183325

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Diminui ainda mais o gelo do Ártico

A espessura do gelo no Oceano Ártico "despencou" no último inverno, segundo uma pesquisa do University College de Londres.Os cientistas britânicos afirmam que a espessura do gelo no mar Ártico diminuiu até 49 centímetros em algumas regiões, segundo informações enviadas por satélite. De acordo com os pesquisadores, estes resultados fornecem a primeira prova definitiva de que o volume total do gelo no Ártico está diminuindo.mais...O gelo no mar do Ártico bateu o recorde negativo ao chegar ao seu menor tamanho em 2007, quando sua área atingiu apenas 4,13 milhões de quilômetros quadrados. O recorde anterior era de 5,32 quilômetros quadrados, medidos em 2005."A espessura do gelo estava constante nos últimos cinco invernos antes deste, mas despencou no inverno depois do mínimo (registrado) em 2007", afirmou uma das autoras da pesquisa Katherine Giles à BBC. De acordo com dados coletados pelo Centro de Observação Polar do University College de Londres - parte do Centro Nacional da Grã-Bretanha para Observação da Terra - no último inverno o gelo tinha diminuído de espessura em uma média de 26 centímetros abaixo da média de invernos entre 2002 e 2008. As descobertas foram publicadas na revista especializada Geophysical Research Letters. CausasSeymour Laxon, outro autor da pesquisa, afirmou que ainda não foram explicadas todas as causas deste problema."A extensão pode mudar, pois o gelo pode ser redistribuído, aumentando a quantidade de água exposta. Mas isso não reduz a quantidade total de gelo", disse o cientista à BBC. "Para determinar se a redução do gelo no mar é o resultado do gelo se acumulando contra a costa ou se é o resultado do derretimento, é preciso medir a espessura." "Acredito que esta seja a primeira vez que podemos dizer, definitivamente, que o principal do volume total de gelo diminuiu. Então isto significa derretimento; não significa que o gelo tenha apenas sido empurrado para a costa", acrescentou. Projeções. A pesquisadora Katherine Giles afirmou que, devido às condições climáticas difíceis no Ártico, outras formas de medir o gelo, como submarinos ou aeronaves, são limitadas. "Estamos usando dados de satélite, o que significa uma cobertura em todo o Oceano Ártico (exceto no centro) e temos estes dados de forma contínua, portanto, conseguimos boa cobertura em termos de tempo e área", afirmou. Seymour Laxon acrescentou que as descobertas do projeto estão sendo usadas para ajudar a refinar as informações em projeções climáticas para o futuro. "A época em que o Oceano Ártico vai desaparecer é uma informação aberta ao debate. Cerca de cinco anos atrás a projeção média para o desaparecimento era por volta de 2080", afirmou. "Mas os índices mínimos de gelo e esta prova de derretimento sugerem que devemos apoiar os modelos que sugerem que o gelo do mar vai desaparecer entre 2030 e 2040, mas ainda existe muita incerteza", acrescentou. E ainda há quem defenda que o degelo não está acontecendo, e que queimar combultível fóssil continua sendo a saída mais viável para o progresso...


Fonte: BBC