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segunda-feira, 15 de março de 2010

Controlamos o buraco de Ozônio em troca de um super efeito estufa.

Super efeito estufa

O grupo de cientistas das universidades Purdue, Flórida e Arkansas, todas nos Estados Unidos, destacam que os HCFCs (hidroclorofluorocarbonos) surgiram como substitutos do CFC porque eles não danificam a camada de ozônio.
No entanto, estudos posteriores sugeriram a necessidade de um substituto para os substitutos, mostrando que os HCFCs agem como super gases de efeito estufa, 4.500 vezes mais potentes do que o dióxido de carbono.
Chuva ácida
O novo estudo vem acrescentar outro item a estas preocupações, levantando a possibilidade de que os HCFCs podem se quebrar na atmosfera para formar o ácido oxálico, um dos vilões da chuva ácida.
Os cientistas usaram uma modelagem por computador para mostrar como os HCFC podem formar o ácido oxálico por meio de uma série de reações químicas que ocorrem na alta atmosfera.
O modelo, afirmam eles, pode ter usos mais amplos, ajudando a determinar se os candidatos a substituto dos substitutos são ambientalmente benignos antes que os fabricantes gastem bilhões de dólares em sua fabricação e comercialização.




Ponto contra a geoengenharia
Os efeitos colaterais das manipulações humanas do clima são o principal argumento dos cientistas que se opõem a experiências de geoengenharia, cujo principal objetivo é fazer grandes intervenções com vistas a frear o aquecimento global.
Recentemente, um estudo mostrou que a manipulação intencional da radiação solar - um dos métodos defendidos para diminuir o calor do Sol que atinge a Terra e, com isso, diminuir o aquecimento global - também criaria problemas para o ciclo global da água.
Veremos até quando as autoridades ficarão em silêncio, até admitirem que esse fenômeno pode estar afetando nosso sistema climático. É preciso que saibamos que, para que isso aconteça, é preciso que o poder governamental vá de encontro a grandes interesses econômicos. Aguardemos para ver o que acontece.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Reunião de copenhague. Mais uma Farsa?


A opinião pública tem motivos para desconfiar da informação sobre alterações climáticas: o assunto é complexo, e a contaminação política aumentou a confusão. O Inverno frio parece desmentir a ideia de aquecimento global.

A urgência política da  reunião de Copenhague tem a ver com acu- mulação de provas científicas sobre alterações climáticas que resultam da ação do homem. Existe aumento do teor de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e das temperaturas globais, mas a politização da informação criou grande confusão na opinião pública.
As manifestações de ambientalistas radicais a baterem-se à porta da reunião ou o Inverno frio não ajudaram a esclarecer as pessoas. No fundo, Copenhague serve para discutir a aceleração da criação de uma nova economia, que dependerá menos da queima de combustíveis fósseis. A questão está em saber se a transição virá a tempo de evitar uma subida descontrolada das temperaturas do planeta.
Os céticos das mudanças climáticas afirmam que há explicações benévolas para os dados científicos. Nas vésperas da reunião de Copenhague, foram divulgados mails roubados de cientistas por elementos desconhecidos. E a leitura sugeriu uma conspiração fraudulenta para provar o aquecimento global.
Os autores dos mails explicaram que estes estavam descontextualizados, mas isso não foi suficiente para evitar o escândalo midiático, o chamado climategate. A direita republicana americana aproveitou para tentar desacreditar a política da Casa Branca de propor cortes modestos na produção de gases com efeito de estufa.
Em tudo isto, onde estão os mitos e os fatos? Vejamos alguns dos conceitos que têm sido mais referidos:
Efeito de estufa
Este efeito está na origem do aquecimento do planeta. Parte da energia solar é refletida e regressa ao espaço, outra fatia é absorvida pelas nuvens; 55% atravessam a atmosfera e 4% são ainda refletidas pela superfície. Esta última parcela deveria regressar ao espaço, mas as suas radiações infravermelhas são absorvidas pelos gases com efeito de estufa, sendo os mais importantes o dióxido de carbono e metano, ambos com abundante produção humana após a revolução industrial do século XVIII.
O desmatamento e queima de combustíveis fósseis também contribuíram para aumentar o fenomeno. Um dos grupos mais perigosos de gases com efeito de estufa, os clorofluorocarbonos, viram o consumo mundial ser reduzido por um acordo que serviu para reparar a camada de ozônio.
Em 1700, a concentração atmosférica de dióxido de carbono era de 280 partes por milhão; hoje, é superior a 380. O metano também está a crescer depressa, o que será agravado com o degelo do permafrost setentrional. Os cientistas não têm dúvidas: mais dióxido de carbono e metano é igual a maior absorção da energia solar, logo, a maior temperatura.
Temperaturas
O estudo do clima é feito por medições sistemáticas introduzidas em modelos de computador. São também usados métodos indiretos, sobre a composição atmosférica em núcleos de gelo que podem recuar 800 mil anos, além de alterações em certos locais. Todo o conjunto confirma a noção de alterações rápidas da temperatura. Os modelos sugerem um aumento entre 1 e 3 graus Celsius na temperatura média global.

Números compilados pela NASA, disponíveis em http://data.giss.nasa.gov/gistemp/, mostram um aquecimento gradual até à década de 50, onde se encontram os valores com menor desvio da média, seguindo-se um aquecimento mais rápido, com anomalias de 6 e 7 décimos de grau centígrado na atual década. Em 120 anos, as temperaturas médias parecem ter crescido quase um grau centígrado.
Os dados não indicam que 1998 tenha sido o ano mais quente, seguido de arrefecimento. Pelo contrário. A atual década foi a mais quente e 2005 o pior ano. Existe outra série de temperaturas, a da universidade britânica agora contestada no caso dos mails, mas o aumento de temperaturas é nesta série ligeiramente inferior ao da NASA.
Calotas polares
Os céticos têm sustentado, sem dados sólidos, que a Terra aquece porque o Sol estará numa fase mais quente; outros falam em arrefecimento e dizem que os gelos da Antárctida estão a ficar mais espessos. Há quem afirme que houve aumento nas manchas solares (o que indicaria maior calor) ao longo dos últimos séculos, mas o estudo do Sol é recente e os dados antigos sobre manchas não são fiáveis. Os cientistas dizem que nos últimos 50 anos a actividade do Sol foi estável e, portanto, não está ali a explicação para o aumento recente das temperaturas.
Em relação ao gelo, há provas de que o Ártico derrete a ritmo elevado e de que a Antártida arrefeceu meio grau centígrado entre 1957 e 2006. Há estudos mais antigos que indicam um aquecimento da península Antártida e arrefecimento no interior do continente.
É importante perceber que as mudanças climáticas podem causar arrefecimento de certas regiões, invernos frios, e a Europa é um dos candidatos a tal fenomeno, caso seja interrompida a circulação da corrente no Atlântico Norte, responsável pelo clima ameno dos países europeus. Além do aumento do nível dos oceanos, as mudanças climáticas vão produzir mais fenomenos extremos, como tempestades e secas. O planeta estará entre mais frio e mais quente, terá oscilações de temperatura brutais, haverá quebras na produção agrícola, falta de água potável. É esta a urgência de Copenhague.

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