Foi o viajante e sábio Apolônio de Tiana que trouxe essa ideia para o Ocidente. Dizem que ele viu um livro que “chegou à Índia procedente do planeta Vênus” e que, em finais do século XVIII, passou a se designar "Stanzas de Dzyan" ou o "Livro de Dzyan". Como era de esperar, esse livro maldito trouxe muita desgraça a filosofa russa Elena Blavatskaya que publicou fragmentos do "Livro de Dzyan" na sua "Doutrina Secreta".
Como é que a escritora e mística soube dessa obra enigmática? Durante uma viagem pelo Egito, Elena Blavatskaya, conheceu um mago copta que lhe contou sobre tal “livro perigoso”, guardado num mosteiro de Tibete. Segundo revelou, o "Livro de Dzyan" “desvendava mistérios do Universo”. Tais conhecimentos abrangentes, procedentes de Vênus, teriam sido tirados por pensadores tibetianos através de contatos diretos com uma Razão ou a Força Suprema ou de alguns seres vivos locais. O mago ensinou Blavatskaya a ler mediante a clarividência e foi assim que ela chegou a conhecer o conteúdo do livro em causa.
Depois disso, com a Blavatskaya se teriam operado prodígios e mudanças miraculosas. Ela passou a conhecer várias ciências e escreveu uma série de livros interessantes. Basta ler a "Doutrina Secreta", o "Isis sem Véu" ou o "Simbolismo Arcaico de Religiões" para se convencer da escala dos seus conhecimentos desde a linguística até a física. Conforme afirmou Blavatskaya, as informações todas se baseavam no "Livro de Dzyan".
Então, Elena Blavatskaya passa muito tempo a viajar, vivendo ora na América, ora na Índia e, por fim, acaba por ter acesso ao livro maldito e tão almejado. Por essa altura, já começa a receber avisos e até ameaças: se não devolver o "Livro de Dzyan", enfrentará sérios problema. Em todo o caso, alguém insistiu que ela apagasse todas as notas e referências da obra misteriosa. O autor das cartas advertia que, caso contrário, Blavatskaya correria risco de adoecer. Mas ela não se deu por vencida e acabou por apanhar uma grave doença. Passados três anos, graças a uma viagem à Índia, ficou curada devido à intervenção de curandeiros locais. Todavia, uma nova desgraça não se fez esperar.
Em 1871, Blavatskaya, viajando para o Egito, estava a bordo do navio Evnomia. A embarcação explodiu. Praticamente todos os passageiros morreram, menos Blavatskaya que, por milagre, se escapou da morte e saiu ilesa.
Ao retornar a Londres, queria fazer a apresentação do "Livro de Dzyan" no intuito de evitar perseguições. Mas durante a cerimônia, foi alvo de um atentado, reivindicado por um homem “comandado à distância”. E quando o livro misterioso desapareceu de um cofre do hotel, Blavatskaya se deu conta de um perigo real de conspiração que pairava sobre ela. No entanto, em 1875, ela fundou a Sociedade Teosófica com vista a estudar as religiões mundiais e doutrinas filosóficas e, ao mesmo tempo, proceder às buscas do "Livro de Dzyan" perdido.
Decorridas décadas, a fundadora da Sociedade Teosófica terá encontrado uma cópia do livro, escrita em idioma desconhecido senzar. Traduzido para o inglês, o livro foi publicado pela Hermetic Publishing Company, com a sede em São Diego. Porém, os críticos e cientistas céticos decidiram denunciar a doutrina filosófica falsa. O prestígio da escritora e ocultista foi seriamente abalado e, desde então, ela não pôde resistir mais.
A edição do maldito livro de 1915 se encontra hoje na Biblioteca do Congresso dos EUA em Washington. Mas a incógnita se mantém: o "Livro de Dzyan" terá contido informações secretas e ocultas sobre a leitura à distância e o translado de objetos? Ajudará a descodificar a ação da Força Mundial Suprema ou não deixa de ser mais uma mistificação literária oportuna?
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