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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A visão coletiva de Zeitun

"Investigações oficiais foram levadas a cabo, e como resultado foi considerado um fato inegável: A Virgem Maria tem aparecido na Igreja Católica Ortodoxa Coopta de Zeitun em um corpo luminoso, claro e com feições definidas, visto na parte frontal (do templo) por todos os presentes da igreja, seja cristãos ou muçulmanos "
Relatório do Departamento Geral de Informações de zeitun, Egito 1968.
Egito, 1968. Um conflito religioso entre cristãos de várias denominações e muçulmanos, onde inclusive as casas de todos os cristãos eram marcadas com uma cruz vermelha, como um sinal de que ali havia inimigos a serem massacrados, sugeria a preocupação por uma guerra civil sem precedentes, a paz só parecia possível à custa de um milagre e ele aconteceu. Enquanto todo o mundo está hipnotizado pela queda do colosso americano no Vietnã ou preocupado com a guerra fria, os olhos do mundo não estavam voltados para o provável banho de sangue que ocorreria no Egito. Nesse contexto de desolação para os cristãos, a Mãe de Deus começou a aparecer para milhares de pessoas na terra das pirâmides em uma igreja coopta construída para relembrar a provável passagem da Sagrada Família por aquela região quando em fuga de Herodes.
As aparições tiveram início em abril de 1968 e mudaram as vidas de milhares de pessoas de todas as religiões e até ateus, Ela estava à vista de todos. Tudo começou quando o arquediácono daquela Igreja, Youssef Kamell visualizou uma jovem no domo da capela junto à cruz e começou a apontar e gritar pensando ser uma moça tentando suicídio, várias pessoas se acumularam diante da Igreja, quando por perto passava um grupo de cristãos que vendo aquela jovem cercada de tanta luz gritaram: "É Maria! É a Mãe de Deus!", naquele momento Ela flutuou até a parte central acima do pórtico do templo, virou-se na direção deles, sorriu lindamente e os abençoou.
Ela foi vista por mais de um milhão de pessoas. Católicos, ortodoxos, protestantes, muçulmanos, milhares de crentes e não-crentes experimentaram as aparições, dessa vez não eram santos ou confidentes, mas gente do povo, milhares de pessoas e não houve teoria que explicasse o que ocorria aos olhos de todos que quisessem ou não ver a verdade dos fatos, Maria realmente aparecia e as aparições eram transmitidas via radiodifusão ou pela TV egípcia, foi fotografada por centenas de fotógrafos e foi pessoalmente testemunhada pelo presidente egípcio Abdul Nasser, um marxista declarado. As aparições duraram 2 anos com numerosas curas registradas por vários profissionais médicos e cientistas. A polícia local que inicialmente pensou que as aparições seriam uma brincadeira ou uma fraude, vasculhou todo o local e arredores e não descobriu qualquer tipo de dispositivo que poderia ser usado para "projetar" tais "imagens". O que estava acontecendo era real, doentes, seja cristãos ou muçulmanos receberam a cura, cegos recuperavam a vista, coxos andavam, ateus eram convertidos, milhares de curas do corpo e da alma, além do efeito mais magnífico, o conflito entre cristãos e muçulmanos cessou.





segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O que há nos olhos da virgem de Guadalupe.


ROSTO-GUADALUPE.jpg (102273 bytes)Estudos feitos em épocas diferentes e posteriormente confrontados e formando uma só teoria, foram cientificamente comprovados e admitidos por todas as escolas de oftalmologia.
Tal como toda imagem se reflete em nossos olhos, assim a cena que ocorreu quando o índio Juan Diego abriu o manto para mostrar as flores, se refletiu nos olhos da "Virgem de Guadalupe". Tríplice imagem em cada olho, no lugar exato, com a curvatura exata... O índio Juan Diego e as demais pessoas presentes no local, tal como estaria sendo visto pelos olhos da jovem que lhe "apareceu", saíram refletidas nos olhos da imagem que ficou gravada no poncho.
Não parecem olhos pintados, mas olhos naturais, humanos, vivos.
Diversos oftalmologistas examinaram os olhos da "Virgem de Guadalupe". Deixemos a palavra ao Dr. Rafael Torrija Lavagnet: "Utilizei um Oftalmoscópio como fonte luminosa e lente de aumento, que me permitiu uma percepção mais perfeita dos detalhes. Certifico: -que o reflexo de um busto humano é observado no olho direito da imagem. -Que o reflexo desse busto humano se encontra na córnea. -que a distorção do mesmo corresponde à curvatura normal da córnea. -que além do busto humano, observam-se no dito olho dois reflexos luminosos correspondentes às imagens de sanson-Purkinje. -que esses reflexos luminosos tornam-se brilhantes ao refletir a luz que é enviada diretamente. -que os reflexos luminosos mencionados demonstram que o busto humano é uma imagem refletida na córnea e não uma ilusão de ótica, causada pela textura do poncho. -que na córnea do olho esquerdo da imagem se percebe, com suficiente claridade, o reflexo correspondente do citado busto humano. É impossível obter esse reflexo numa superfície plana e escura."
Testemunhos- o Dr. Torroella Bueno, o Dr. Guillermo Silva Rivera, o Dr. Ismael Ugalde Nieto, o Dr. Jayme Palacios, o Dr. Charles J. Wahlig e o Dr. Joseph P. Gallagher, todos oftalmologistas, após terem feito exames separadamente, também eles chegaram às mesmas conclusões.
A presença de uma figura humana nos olhos da Imagem da Tilma asteca e a descoberta do brilho e profundidade deles, deixaram os oftalmologistas assombrados. Do ponto de vista da Ciência, eles nada puderam explicar. Entretanto, a Jovem Rainha em atitude de oração ainda não dissera tudo.
O Dr. José Aste Tonsmann, especialista em engenharia de sistemas ambientais pela Universidade de Cornell (EUA), em fevereiro de 1979 iniciou a trabalhosa e minuciosa pesquisa no Centro Científico da IBM.
Não podendo os computadores trabalhar sobre uma superfície rústica e sinuosa como a da tilma, o Dr Aste tirou muitas fotografias. O estudo dele concentrou-se em fotografias das íris dos olhos da imagem de Guadalupe. Ampliou as fotografias dos olhos a diversos tamanhos: de 2 a 5 milímetros de altura por 3 a 7 milímetros de comprimento. O computador dividiu cada milímetro quadrado entre 1.600 até 27.778 micro-quadradinhos, e depois ampliou cada micro-quadradinho entre 30 até 2000 vezes.
Começou pelo olho esquerdo. Os computadores trabalharam e forneceram a primeira ampliação, na extremidade direita do olho, uma figura de pouco mais de 1 milímetro de largura e 4 milímetros de altura: um índio sentado sobre as pernas; sandálias de couro, calção, dorso descoberto, cabelos raspados até o meio da testa segundo o costume da época, ampliando a fronte, recolhidos na nuca, brincos em forma de aro...brilhantes!
A segunda figura que aparece no computador foi a do esperado homem de barba descoberto em 1929, na parte da menina ocular mais próxima do nariz. Um espanhol com uma mão na barba, a outra na espada, com a boca aberta como extasiado pelo que olhava, virado para a tilma de Juan Diego. Em tripla imagem, em relevo, em cores. E no olho direito aparece com maior clareza do que no esquerdo, como já haviam percebido e explicado os oftalmologistas.
A terceira figura, de um velho, vestido de franciscano, com lágrimas escorrendo pelo nariz! Pareceu-lhe de alguém conhecido. Não conseguia lembrar-se (o Dr. José Aste Tonsmann). Procurou nos museus, pinturas, livros, algum rosto semelhante. Um dia ocorreu-lhe um famoso quadro do pintor Miguel Cabrera, do século XVIII, no qual o bispo Juan de Zumárraga, ajoelhado, admirava a Imagem no poncho do índio Juan Diego.Aquela figura no computador assemelhava-se demais com a pintura do velho bispo: seus olhos eram fundos, como também as bochechas, o nariz típico dos bascos, a barba branca,a calva grande e reluzente, com algum cabelo com o corte clássico dos franciscansos da época, isto é, uma franja ao redor da cabeça. Era o bispo Dom Juan de Zamárraga.

Descobriu um outro índio, com um chapéu típico em forma de cone, e com uma tilma amarrada no pescoço. Seu braço direito estendia-se sobre o poncho, e os lábios pareciam entreabertos. Juan Diego!!
Atrás de Juan Diego, surgiu uma mulher negra que parecia observar atentamente. Negros no México no século XVI? O engenheiro ficou depois sabendo que o conquistador Hernán Cortés recebera e entregara ao bispo Zumárraga e que este concedera liberdade a escrava negra, que o servia como empregada. Era também a história sendo recuperada.
À direita do "ancião", os cérebros eletrônicos localizaram um jovem franciscano que olhava quase de frente. Comprovou-se depois que era o intérprete frei Juan González.
Mas havia mais gente no olhar calmo da Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Precisamente do centro de ambas as pupilas, os computadores resgataram um "grupo familiar indígena". Era constituído por uma jovem índia, de perfil, finas feições, brincos em forma de aro, também brilhando, um adorno de madeira atravessando o penteado.Levava um bebê amarrado nas costas. Havia um homem com chapéu também em forma de cone, uma criança em pé junto e na frente da mulher, e outro casal que apreciava a cena.
Todas as privilegiadas personagens estavam em ambos os olhos. Diferindo apenas tamanho, ângulo e luminosidade, o que se encaixava perfeitamente na fenômeno da visão estereoscópica. Os alongamentos de algumas das imagens correspondem à reflexão das mesmas numa superfície convexa como é o olho humano.
Ainda faltava outra surpresa. Das duas personagens que estavam no extremo mais externo do semicírculo, o espanhol com barba e o índio sentado, o computador só podia ampliar os olhos do índio, porque o espanhol estava meio virado. E em ambos os olhos!( nos olhos do índio que está no olho da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe) em tripla imagem! em cores!, os computadores comprovaram a mesma cena de outro ângulo!

Olho esquerdo




Olho direito













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As virgens negras.



sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O mistério da virgem de Guadalupe.


A história- O índio Juan Diego, cujo nome asteca era Cuauhtlatohayc, nasceu em 1471, perto da cidade do México, na aldeia de Cautitlán, pertencente aos índios Mazehuales.
Era então Arcebispo da cidade do México, Dom Juan de Zumárraga, franciscano basco. Era o segundo bispo da Nova Espanha.
Conforme a lenda e tradição, no Sábado, 9 de dezembro de 1531, pelas seis horas da manhã, quando o índio Juan Diego se dirigia de sua aldeia para a de Tolpetlac para assistir uma função religiosa na missão franciscana de Tratetolco, ao chegar ao monte Tepeyac, às margens do lago Texcoco, viu uma jovem de uns 15 anos, que lhe ordenou ir falar com o Bispo a fim de pedir-lhe que construísse um templo no vale próximo.
No dia seguinte, Domingo 10 de dezembro, 3 horas da tarde, Juan Diego fala novamente com o bispo, que ainda não acredita e pede algum sinal. Pela terceira vez a jovem lhe "aparece" e ordena a Juan Diego que volte ao monte no dia seguinte para receber o sinal pedido pelo bispo.
Ao mesmo tempo que Juan Diego encontra a jovem, ela "aparece" também a seu tio doente, cura instantaneamente suas enfermidades e manifesta seu nome: "Sempre Virgem Santa Maria de Guadalupe".

No dia 12 de dezembro, após a quarta "aparição", Juan Diego leva em seu poncho, como prova, rosas frescas de Toledo(e isto em pleno inverno mexicano). Já na casa do bispo, por volta do meio dia, na hora que abriu o poncho(ayate) onde estavam embrulhadas as flores, estava a imagem: "A Virgem de Tequatlaxopeuh". A mesma que hoje se venera na Basílica de Guadalupe.
Proporções do poncho- A imagem estampada é de 143 cm de altura. Aparece uma jovem morena, aparentando 18 a 20 anos e trajando um vestido comprido. O poncho, chamado de ayate, é composto de três lados e confeccionado de cacto, chamado "maguey", grosseiramente confeccionado, assemelhando-se a um saco de estopa. Cada lado mede perto de 50 cm de largura. Ocupando dois desses lados está desenhada a imagem da jovem. O terceiro lado está dobrado para detrás das outras.
Exames científicos- Em 1966 reuniu-se uma comissão de sete pintores, os mais famosos de então, que após um estudo demorado, deram seu parecer sobre o desenho do ponche, perante escrivães e dignatários.
Em 1751, Miguel Cabrera, chamado também de "Miquelângelo mexicano" e mais três outros pintores de renome voltaram a realizar novos estudos sobre a pintura. Desde então, repetidamente, vem sendo realizado este trabalho científico, cada vez com meios mais adequados (tais como raio X, análises químicas e novas modalidades de investigação) na medida em que a Ciência avança e facilita melhores técnicas.
No transcorrer do tempo, os homens tentaram realçar as cores para que fossem vistas melhor de longe e pretenderam introduzir outros "enfeites". Nas nuvens foram pintados anjos (desapareceram com o tempo) Os raios de sol foram recobertos de ouro(o ouro está descascando). A lua branca foi "iluminada com prata- ( ficou preta e o preto está descascando) Pintaram uma coroa sobre a cabeça( com dificuldade pode ser vista ainda).
As tintas- Pintores e análises químicas não desvendaram ainda a origem das tintas empregadas. Mauel Garibi, um perseverante examinador da pintura, resume assim a estranheza dos investigadores, principalmente quanto ao dourado que aparece nos perfis do vestido, nas quarenta e seis estrelas, nos arabescos e nos 129 raios de sol..
"O dourado é transparente e sob este se vêem os fios do poncho. E como não exista nenhum material que seja transparente, nem sequer o cobre e o ouro, elementos indispensáveis para que o homem possa executar um dourado. Esse dourado,dotado de transparência, não pode ser obra humana".
Incorrupção- A pintura resistiu à umidade e ao salitre, muito abundante e muito corrosivo naquela região, antes de ter sido secado o lago Texcoco. Quadros de contextura mais firme, perderam a cor e se danificaram em poucos anos
O tecido da tela é de tão má qualidade que deveria ter se desintegrado em questão de 20 anos. Atualmente tem 472 anos. Até as madeiras e metais( prata, ouro e bronze) não duravam então, mais que um século.
O tramado da tecelagem é tão separado e tão imperfeito (comprovado cientificamente em 1751) que olhando por detrás do poncho, pode-se ver através, como se fosse uma peneira, podendo, sem que o tecido atrapalhe, ver os objetos e a claridade. Esta experiência foi realizada várias vezes, conforme testemunho de Cabrera.
Durante 116 anos, de 1531 a 1647, a pintura esteve desprotegida e exibida em várias procissões solenes. A veneração popular levou piedosos e doentes a que beijassem as mãos e a face da pintura ou que fosse tocada com objetos cujo material deveria ter deteriorado ou destruído o tecido e a pintura.
Carlos Maria Bustamante conta que em 1791, quando os peritos estavam limpando o ouro que enquadra a imagem, foi derramado um vidro de ácido nítrico, de extraordinário poder corrosivo. "Onde está a força corrosiva do ácido? (pergunta Bustamante) que derramado de alto a baixo no poncho, deixou apenas um vestígio como testemunho do prodígio para a posteridade.
Hoje percebe-se, de perto, uma leve mancha como de água, no lado esquerdo da jovem e salpiques em vários outros lugares. A análise química confirma: é ácido nítrico.
Reflexo nos olhos- No ano de 1929, o fotógrafo Alfonso Marené Gonzáles, enquanto realizava o exame de uns negativos fotográficos, muito ampliados, descobriu uma figura refletida nos olhos da jovem de Tequatlaxopeuh. Naquele tempo, as autoridades eclesiásticas pediram-lhe prudentemente que não publicasse suas observações até obter uma comprovação científica.
Em 1951, Carlos Salinas fez uma descoberta semelhante e o Arcebispo do México, Dom Luis Maria Martinez, nomeou uma comissão para estudar o fenômeno. Continua.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

As virgens negras


Há, em algumas partes da Europa, África, América do Norte, Central e do Sul, uma devoção incomum a certas imagens de cor escura, encontradas não apenas em basílicas, igrejas e pequenos santuários, mas também em grutas, nas encostas das montanhas ou na forquilha de árvores no meio de florestas. De onde se originam essas imagens, calculadas em cerca de 450 unidades? Por que são negras ou escuras e tão veneradas?

A Igreja católica tem sua resposta para a questão da cor: "As imagens", diz o clero, "eram claras, mas com o passar do tempo escureceram, em virtude da fumaça das velas dos seus devotos, por causa da poluição e até pelo fato de que muitas estiveram expostas às intempéries, mergulhadas na água ou enterradas'. Essa explicacão, contudo, não retrata toda a verdade, porque hoje se sabe que as imagens espalhadas pelo mundo sempre foram negras e as que se encontram na África seriam, por força das circunstâncias, escuras. Este fato é confirmado por documentos antigos datados de 1340, 1591, 1619, 1676 e 1778. Até mesmo um santo católico, São Luiz, fala das estatuetas escuras que conseguiu no Oriente e deixou em Forenz (França), num relatório escrito em 1235.

Outro santo católico, São Bernardo de Clairvaux (1090 1153) não

só possuía sua própria Virgem Negra (que ele venerava), mas, segundo a lenda, a imagem entronizada em Chatillon (Franca) lhe teria dado três gotas do leite de seu seio. Este alimento foi tão poderoso que Bernardo transformou a pequena e moribunda Ordem de Cireaux numa poderosa multinacional, com centenas de abadias e mosteiros espalhados por diversos países ela Europa, todos dedicados a Nossa Senhora.

Bernardo foi o autor de diversos poemas e numerosos sermões. Num de seus versos, sobre Salomão e sua amada a rainha de Sabá, observa se a sua admiraçã o pela cor negra: "Ó, filhos de jerusalém, sou negra, mas sou bela."

É interessante saber que, para incentivar a segunda cruzada, São Bernardo pregou na catedral de Metz (França), outrora um centro druida onde, até o século 16, havia uma estátua de Ísis, a deusa negra egípcia.

O povo sempre mostrou uma devoção incomum por essas imagens escuras, e isto é compreensível porque, segundo as lendas, elas não só curam, mas praticam milagres prodigiosos. Um deles é o poder que têm de ficar excessivamente pesadas quando não querem sair do lugar onde foram descobertas ou no qual se encontram no momento. E, quando mostram sua predileção por um determinado local, elas o defendem dos que perturbam a sua paz. Conta-se que, em 1580, durante uma guerra, a Virgem Negra de Hal, entronizada na Igreja de St. Martin, em Bruxelas (Bélgica), interceptou os grandes petardos de ferro lançados pelos canhões inimigos, colocando-os em seu colo. Esses petardos ainda podem ser vistos naquela igreja.

Outra Virgem Negra também serviu como defensora da cidade onde se encontrava. É Nossa Senhora de Vilvoorde, que há séculos se encontra num convento de carmelitas em Vilvoorde (Bélgica). Durante o sítio a que foi submetida aquela cidade, ela apareceu nas muralhas, de onde não pôde ser retirada em virtude de seu grande peso. De lá impediu a invasão das tropas inimigas e, em seguida, mudou de lugar para apagar o fogo que consumia a igreja e o convento. Essa imagem foi um presente da duquesa de Brabant ao convento, em 1247.


Muitos milagres são comprovados pelos ex votos que ficam guardados nas igrejas ou santuários onde as imagens estão entronizadas. A Nossa Senhora de Vie, em Avioth (França), perto da fronteira belga, ressuscitava bebês mortos para que pudessem ser batizados e, assim, saíssem do limbo onde se encontravam. Debaixo do seu templo há uma fonte cujas águas tornam as mulheres férteis.

Mas as Virgens Negras, além de serem guerreiras, piedosas, curarem os doentes e ressuscitarem os mortos podem ser vingativas com os que profanam suas imagens. Conta se que a de Evaux les Bains (França) teve sua cabeça decepada e
o corpo lançado num poço por quatro incrédulos. Os profanadores foram duramente punidos: o que arrancou a cabeça da imagem cortou seu próprio pescoço; o segundo morreu ao cair de um penhasco; o terceiro, que se gabava de ter quebrado o queixo da estátua, teve sua língua decepada. O último morreu quando um raio o atingiu. Estes e muitos outros milagres explicam a devoção do povo pelas Virgens Negras. Mas, pergunta-se de onde surgiram e por que são negras? Dizem os antropólogos que estas Virgens estão diretamente ligadas às antigas deusas pagãs: Ísis, Cibele, Ártemis, Perséfone, Débora, Diana, Inanna, Neith e outras. As formas como algumas delas, ainda hoje, são homenageadas comprova isso, pois não diferem muito daquelas usadas pelos povos antigos. Por exemplo, a Virgem Negra de Marselha (França) é reverenciada com procissões iluminadas com lanternas. A deusa Neith, de quem ela se originou, era uma virgem andrógina que não nasceu, produziu a própria vida, e seu culto obedecia ao mesmo processo: procissões com lanternas acesas.

Mas existem certas questões que não foram esclarecidas nem pelos religiosos nem pelos cientistas. Uma delas é por que a cor e as feições das imagens não obedecem a padrões coerentes. Por exemplo: a estátua de La Dourade, em Toulouse (Franca), é negra e venerada pelos cristãos como sendo uma Virgem Negra. Contudo, segundo os pesquisadores, essa mesma estátua anteriormente representava Palas Atena, uma deusa pagã branca. Mas ela também teria representado Anat, a irmã do terrível deus Baal, e, portanto, possivelmente seria de cor escura.

Essas mudanças de cor, porém, não ocorrem de forma consistente. Outras estátuas, hoje reverenciadas pelos cristãos e que antes representavam deusas pagãs, continuam com a sua cor inalterada. Isso aconteceu com a mais antiga imagem que se conhece: a das catacumbas de Pricila, em Roma. A estátua, que é escura, representava a deusa egípcia ísis; hoje ela é uma Virgem Negra crista. Como esses casos não são incomuns, conclui-se que a questão da cor ainda não está esclarecida.
Na parte central da Franca, constata-se ainda outro particular: algumas imagens escuras encontradas em forquilhas de árvores são tipicarnente celtas ou teutônicas. A Nossa Senhora da Boa Esperança, de Dijon que tem grandes seios caídos e uma barriga avantajada, mais se parece com uma bondosa feiticeira do que com uma casta virgem cristã. Esta imagem é famosa porque salvou Dijon dos suíços, em 1513, e dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial (1944). Infelizmente, o padre local não permite que a figura seja reproduzida em cartões postais.
Que essas imagens também estiveram envolvidas em cultos desaprovados pela Igreja católica é algo evidente. A Virgem Negra de Onval (Luxemburgo) estava coroada com uma estrela de cinco pontas, e como uma destas pontas estava virada para baixo, dirigida para a cabeca da imagem, os iniciados sabiam que este sinal indicava que lá se praticava a magia negra e o ocultismo. A estrela foi agora desvirada.

E quanto a Inanna (ou Iniuni), uma divindade pagã do culto da fertilidade que se transformou numa Virgem Negra? Antigamente Inanna era considerada a deusa universal dos céus, da fertilidade, da guerra, justica, amor sexual, curas, etc., e seu trono era a Árvore do Mundo. Mas quando Gilgamesh cortou a Árvore e o Deus do Céu (Entil) a despejou de sua moradia, Inanna tornou-se uma viajante que lamentava a perda do lar. A sua canção tem uma estranha semelhança com o que consta no Evangelho de Mateus, capítulo 8, versículo 20: "As raposas tem tocas, e as aves do céu seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça." O lamento da deusa pagã diz o seguinte: "O pássaro tem seu ninho ( . . .), o peixe deita se em águas calmas, o cão ajoelha se na porta, mas eu não tenho porta . . ."

Outros detalhes relativos a Inanna também se mostram semelhantes às narrações contidas nos Evangelhos. Ela desceu ao inferno, onde foi despida, humilhada, chicoteada e dependurada numa cavilha. No terceiro dia foi salva e voltou ao mundo da luz. Em Marcos 10:34, lê se: "E o escarnecerão, e acoitarão, e cuspirão nele, e o matarão, e no terceiro dia ressuscitará."

Em vista desses fatos e existem muitos outros parece que os antropólogos não erram quando dizem que as Virgens Negras que hoje fazem parte do culto cristão foram. de inicio, deusas pagãs.

Mas, além da ligação das imagens com o paganismo, existem elos não religiosos associando as Virgens, à dinastia dos merovingios e a Maria Madalena. Observou se que onde há uma Virgem Negra geralmente se encontra um santuário ou uma igreja onde Maria Madalena é venerada.

A explicação para este fato é oferecida por Ean Begg, em seu livro “The Cull of the Black Virgin”, e também pelo pregador dominicano Jean-Baliste Hetu i Licordaire (1802-1861). Segundo essas fontes, Maria Madalena fazia parte da dinastia dos merovíngios, fato proclamado até pelo rei Luiz XI (1423 1483). Outro dado a ser considerado é que as Virgens Negras estão associadas e são veneradas pelos membros de uma sociedade secreta que existe desde o século 12: La Ordre de Prieuré Notre Dame de Sion, uma organização político religiosa secreta, interessada em assuntos esotéricos e ocultos e, em especial, no restabelecimento no trono da Franca de um membro da linha dos merovingeos, considerada a "primeira raça" . daquele país. Os lugares onde Maria Madalena e as Virgens Negras eram veneradas seriam os locais de encontro dos membros da Prieuré.

Os cátaros e os templários também estariam envolvidos com o culto da Virgem Negra. Sabe se que Igreja católica considerava os cátaros hereges e promoveu uma Inquisição no século 12 que praticamente os aniquilou. Contudo, um pequeno grupo conseguiu escapar do morticínio e asilou-se numa área perto dos Pirineus. Outro grupo de famílias cátaras se ocultou na zona entre Arques e Lirnoux (França), e é naquelas áreas que se encontram duas imporiantes Virgens Negras: a Nossa Senhora da Paz e a Nossa Senhora de Merceille.

A mais ou menos 2km de Arques há um templo também dedicado ao culto de Maria Madalena, comprovando o que se disse anteriormente: os locais onde se estabeleciam templos dedicados às Virgens Negras e os altares à santa não ficavam muito distantes uns elos outros.

Um templo perto de Rennes le-Chatéau, onde Maria Madalena é venerada e onde deve ter se praticado a magia, surpreende até os seus devotos. Na entrada há um demônio com chifres e asas, corpo rubro e roupa verde. É Asmodeus, o filho de Lilith, o qual interferia no relacionamento sexual dos recém casados e roubou o Anel da Sabedoria de Salomão. No interior de outro templo em Stenay (França) vê-se uma imagem de Jesus ajoelhado cujas feições são idênticas às de Asmodeus. Num arranjo singular, pode se ver a Virgem carregando uma criança nos braços enquanto, do lado oposto, José carrega outra.

Observou se, ultimamente, que as Virgens Negras e Maria Madalena estão se tornando cada vez mais populares esta devoção coincide com a necessidade do homem moderno de reconciliar o sexo com a religião. Isso é compreensível porque, como ninguém ignora, a Virgem Maria inspira o celibato, a castidade e a virgindade, enquanto a Virgem Negra sempre estendeu a mão para ajudar na reprodução, auxiliando as mães na hora do parto, fazendo o leite jorrar e devolvendo a vida aos bebês mortos sem batismo.

E, quanto a Maria Madalena, o calendário da Igreja católica conta com um certo número de meretrizes que se tornaram santas. Maria, a Egípcia, prostituiu-se durante dezessete anos para conseguir o preço de uma passagem para Jerusalém, onde desejava venerar, a verdadeira cruz. Ela voltou depois a morar no deserto, coberta unicamente com seus longos cabelos. Lá, queimada pelo Sol, tornou-se cada vez mais escura e, depois de 47 anos de solidão, já com os cabelos brancos, encontrou-se com Zózimo, a quem pediu que voltasse no ano seguinte para enterrá-la. Isso Zózimo fez, com a ajuda de um leão. Segundo E. Saillens, autor de Nos Vierges Noir, a Virgem Negra de Orleans, França, seria Santa Maria, a Egipcia.

Existem outras meretrizes-santas em santuários dedicados às Virgens Negras, geralmente acompanhadas de Santa Catarina de Alexandria, que, cortejada pelo imperador Maximiliano, recusou-o e foi por eIe torturada e morta.

Não nos devemos esquecer que, além de ter muitas qualidades confortadoras ao homem moderno, a Virgem Negra é também defensora dos direitos humanos e das nações - na Polônia, a Madona Negra de Czestochowa é soberana.

Contudo, apesar da crescente devoção dos leigos, existe uma certa repulsa do clero católico pelas Virgens Negras. Este fato foi constatado quando, em 1952, dois estudiosos desta área, apresentaram um ensaio sobre o assunto à Sociedade Americana para o Progresso da Ciência. Todos os padres e freiras presentes na ocasião, abandonaram o recinto.

E, na Europa, o curador de um santuário em Les Barroux (França) proibe a entrada de curiosos e se recusa a dar informações sobre o local exato onde a imagem da Vírgem Negra se encontra. Este e outros fatos semelhantes estão gerando um sentimento de proteção por parte dos devotos leigos, que também começaram a esconder as imagens. Assim, a não ser que estejam expostas em grandes basílicas, elas estão fadadas a, pouco a pouco, desaparecer dos olhos do povo - mas, pelo que parece, não do coração de seus devotos ...